29 de marzo de 2008

A Orgullosa Num baile (Poesia tomada de otro blog)

Ainda há pouco pedi-te, Pedi-te para valsar... Disseste - és pobre, és plebeu; Não me quiseste aceitar! No entretanto ignoras Que aquele a quem tanto adoras, Que te conquista e seduz, Embora seja da "nata", É plena figura chata, É fósforo que não dá luz! Deixa-te disso, criança, Deixa de orgulho, sossega, Olha que o mundo é um oceano Por onde o acaso navega. Hoje, ostentas nas salas As tuas pomposas galas, Os teus brasões de rainha; Amanhã, talvez, quem sabe? Esse teu orgulho se acabe, Seja-te a sorte mesquinha. Deixa-te disso, olha bem! A sorte dá, nega e tira; Sangue azul, avós fidalgos, Já neste século é mentira. Todos nós somos iguais; Os grandes, os imortais; Foram plebeus como eu sou. Ouve mais esta lição: Grande foi Napoleão, Grande foi Victor Hugo. Que serve nobre família, Linhagem pura de avós? Se o sangue dos reis é o mesmo, O mesmo que corre em nós! O que é belo e sempre novo É ver-se um filho do povo Saber lutar e subir, De braços dados com a glória, Pra o Pantheon da História, Pra conquista do porvir. De nada vale o que tens Que não me podes comprar; Ainda que possuísses Todas as pérolas do mar! És fidalga? - Sou poeta! Tens dinheiro? - Eu a completa Riqueza no coração; Não troco uma estrofe minha Por um colar de rainha Nem por troféus de latão. Agora sim, já é tempo De te dizer quem sou eu, Um moço de vinte anos Que se orgulha em ser plebeu, Um lutador que não cansa, Que ainda tem esperança De ser mais do que hoje é, Lutando pelo direito, Pra esmagar o preconceito Da fidalguia sem fé! Por isso quando me falas, Com esse desdém e altivez, Rio-me tanto de ti, Chego a chorar muita vez. Chorar sim, porque calculo, Nada pode haver mais nulo, Mais degradante e sem sal Do que uma mulher presumida, Tola, vaidosa, atrevida. Soberba, inculta e banal.

No hay comentarios.: